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Toshiba se retira do mercado de laptops após 35 anos

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Divisão de laptops Dynabook passa a pertencer inteiramente à Sharp; Toshiba vendeu linha de TVs em 2017 para conter prejuízos bilionários

A Toshiba ainda muito mal das pernas e não é de hoje: a companhia tomou multas pesadas após o escândalo de manipulação contabilizou estourar em 2015, acumulou prejuízos violentos no setor de energia, o seu principal negócio, e desde então se segura como pode, apoiada no mercado de semicondutores (memórias Flash) e ma quinário industrial; o de energia praticamente virou pó.

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  • Decisões amargas foram tomadas para conter o sangramento, como a venda da divisão de TVs para a chinesa Hisense, e a maioria da participação na linha de laptops para a Sharp, que pertence à Foxconn. Agora, a Toshiba repassou o restante da divisão e saiu de vez do mercado de computadores portáteis.

A Toshiba vendeu 80,1% da divisão de laptops para a Sharp em 2018 por míseros US$ 36 milhões, uma das várias ações tomadas pela empresa para fazer capital e colocar as contas nos eixos. A empresa permaneceu com 19,9% da linha, que foi renomeada para Dynabook e segundo dados oficiais (2018), constitui uma companhia com capital de US$ 162 milhões.

No entanto, a Toshiba decidiu enfim sair do mercado: em uma curta nota oficial, publicada de forma discreta na última terça-feira (4), a empresa japonesa diz que a Sharp “exerceu o seu direito” de comprar o restante da empresa, na posição de sócia minoritária; o valor não foi informado.

Assim, a Dynabook Inc. passa a ser inteiramente controlada pela Sharp, hoje um braço da gigante tailandesa e principal montadora de uma série de eletrónicos de diversas companhias, tais como Apple, Sony, Motorola, AMD Global (Nokia), Dell, Cisco, HP, Huawei, Microsoft, Nintendo e outras.

A Toshiba foi uma das pioneiras do mercado de computadores portáteis, tendo lançado o seu primeiro modelo, o T1100, em 1985. Ele era bastante parecido com a IBM PC-5150, o computador pessoal de mesa que redefiniu o mercado, com a “praticabilidade” de poder ser levado para qualquer lugar, sendo consideravelmente leve para a época, com apenas 4,1 kg.

Por ser um IBM PC, ele é considerado pela Toshiba “o primeiro laptop para o mercado de massa do mundo”, tendo sido produzido em escala industrial; ele era equipado com um processador, Intel 80C88 de 4,77 MHz, 256 kB de RAM expansível até 512 kB e um monitor LCD monocromático de 640 x 200 ‘pixels’.

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O preço relativamente acessível de US$ 1.899 (US$ 4.549,78 corrigidos pelo (inflação), dados de 10/08/2020) o ajudaram na sua popularidade, tanto que ele foi clonado pela União Soviética como o Elektronika MS 1504, lançado em… 1991.

Computador portátil: uma breve retrospectiva

Por 33 anos, a Toshiba foi considerada tão importante para o mercado de laptops quanto a IBM, e muitos discutem se não foi a empresa japonesa, e não a americana a mais relevante do setor, tendo ela inspirado indiretamente os primeiros modelos da linha ThinkPad.

T1100, o primeiro laptop da Toshiba

A Toshiba permaneceu relevante no mercado de notebooks entre os anos 1990 e a primeira metade dos anos 2000, onde chegou a liderar o mercado; com o tempo, outros fabricantes começaram a ganhar proeminência e conquistaram cada vez mais público. Uma delas foi a Apple, que se recuperou dos anos de vacas magras após a volta de Steve Jobs, bem como os bons laptops da linha Sony Vaio, outra divisão posteriormente vendida.

HP, Lenovo (que comprou a linha ThinkPad da IBM) e Dell, entre outras, também ajudaram a destronar a Toshiba, que gradualmente foi a mudar o foco para outros negócios, que como se viu depois, foi minado por manobras ilegais de executivos em busca de insuflar o valor da companhia artificialmente.

Àqueles que foram proprietários de um laptop Toshiba nesses 35 anos de história, ficam as memórias.

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